segunda-feira, 4 de julho de 2011

Afecções Respiratórias Ocupacionais

Pneumopatias ocupacionais são aquelas adquiridas no trabalho, onde há a presença de agente nosogênico ou nexo entre causa e efeito. A doença profissional pulmonar divide-se em duas classes: doenças inerentes ao ramo de atividade e doenças resultantes de acordo com as condições em que se realiza o trabalho.
                De acordo com American Thoracic Society, a exposição ambiental e ocupacional podem ser responsáveis por até 20% das doenças intersticiais e das vias aéreas. Dessa forma torna-se indispensável a realização de uma anamnese que aborde questões relevantes sobre exposição ambiental e ocupacional dos pacientes.
                As doenças respiratórias ocupacionais podem ser classificadas em dois grupos de acordo com o período de latência. Dentre as doenças com grande período de latência, destacamos as pneumoconioses e o câncer de pulmão, caracterizadas pela inalação de agentes específicos e pelo tempo de exposição. As doenças com curto período de latência são aquelas causadas por agentes irritantes ou sensibilizantes, as mais frequentes são asma ocupacional, disfunção reativa das vias aéreas.
                A história ocupacional, o exame físico, exames complementares e testes de função pulmonar são ferramentas importantes para o diagnóstico precoce, para a adoção de medidas terapêuticas adequadas e melhor prognóstico do paciente.
                Neste estudo iremos abordar as principais afecções respiratórias ocupacionais, destacando a fisiopatologia, epidemiologia, sinais clínicos e sintomas, diagnóstico, terapêutica e prognóstico dessas patologias.
·         Asma Ocupacional
Nos dias atuais a asma relacionada ao trabalho é uma das doenças mais prevalentes nos países desenvolvidos, ao contrário das pneumoconioses a asma ocupacional atinge preferencialmente adultos jovens em idade produtiva, o que ocasiona sérias implicações socioeconômicas.
A asma ocupacional é definida como uma obstrução reversível ao fluxo aéreo e/ou hiper-reatividade brônquica causada por fatores agravantes do ambiente de trabalho. A asma ocupacional é responsável por 5% a 10% dos casos de asma em adultos, o que revela a importância desta patologia como um problema de saúde pública.
A asma ocupacional apresenta vários sintomas comuns à asma não ocupacional, como por exemplo, a inflamação, contração da musculatura lisa, edema, acúmulo de secreção nas vias aéreas e hiper-reatividade brônquica. O método considerado padrão-ouro para confirmação da asma ocupacional são os testes de broncoprovocação específicos, que podem induzir vários tipos de resposta asmática funcionai. A espirometria, medidas do PFE (pico de fluxo expiratório) também são importantes para o diagnóstico, aliados a história ocupacional do paciente.
O tratamento medicamentoso da asma ocupacional seguem os mesmos preceitos do tratamento da asma, a maioria dos indivíduos sensibilizados não se recuperam totalmente, sendo muitas vezes necessário o afastamento ou troca de função ocupacional para melhor prognóstico. A utilização de EPI (equipamento de proteção individual) deve ser priorizada afim de diminuir a exposição aos agentes sensibilizantes.
O diagnóstico de AO (asma ocupacional) implica em notificação através da Comunicação de Acidente de Trabalho, um documento do Ministério da Previdência e Assistência Social, mesmo que isto não implique em afastamento do trabalho. Através deste documento o trabalhador será submetido a uma perícia médica pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para avaliação do nexo causal e incapacidade.

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