terça-feira, 19 de abril de 2011

Distúrbios na Saúde do Trabalhador


De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde é definida como o estado de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual. Segundo Pegado (1995) é o estado de plena realização do potencial do ser humano que depende das condições de vida a que as pessoas estão expostas. A saúde não é apenas a ausência de doenças, é a capacidade de desenvolver as atividades da vida diária desfrutando-as sem fadiga (Blair et al, 1994).
As empresas têm se deparado com muitos problemas relacionados aos distúrbios na saúde dos trabalhadores, tais distúrbios são, na maioria das vezes, ocasionados devido a uma falha na organização do trabalho, com tarefas repetitivas que exigem um alto grau de atenção dos funcionários, jornadas de trabalho prolongadas, más condições do ambiente de trabalho, contribuindo dessa forma para o desgaste emocional, psíquico e físico do trabalhador. Segundo Militão (2003) esses distúrbios trazem como conseqüência dor e sofrimento para os trabalhadores e para os empresários trazem onerosas despesas com assistência médica e pagamento de seguros.
Lima (2003) confirma que a influência dos processos de globalização, a competitividade desenfreada do mercado financeiro, a quebra progressiva dos vínculos trabalhistas, a busca de resultados considerados inatingíveis, as novas tecnologias exigindo dos profissionais uma constante reciclagem e o excesso de oferta de trabalho, para as empresas, têm provocado mudanças estruturais na sua organização do trabalho, influenciando diretamente a qualidade de vida dos trabalhadores.
A imposição dos ritmos de trabalho intensos e jornadas prolongadas, atreladas a posturas incorretas e ambientes ergonomicamente inadequados ao trabalhador são interpretadas como causa do comprometimento da sua saúde e da sua destreza nas tarefas habituais, predispondo-o ao desenvolvimento de doenças ocupacionais. A etiologia das LER/DORTs retrata várias casuísticas interligadas, como fatores psicológicos, biológicos e sociológicos envolvidos na gênese desses distúrbios.
Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho são doenças ocupacionais relacionadas a lesões por traumas cumulativos (Oliveira, 2006). De acordo com Martins e Duarte (2001), é o resultado de uma descompensação entre a capacidade de movimento da musculatura e a execução do movimento rápido e constante.
Para Fornasari et al (2000), LER/DORT são afecções que podem acometer, isolada ou associadamente, tendões, sinóvias, músculos, nervos, fáscias e ligamentos, com ou sem degeneração de tecidos.
A alta competitividade, o crescente desejo de alcançar as metas estabelecidas, tem favorecido o aumento do sedentarismo, resultando em efeitos desfavoráveis a saúde do trabalhador, predispondo-o a vários tipos de lesões do tipo LER/DORT, além da fadiga, estresse, depressão e desvios posturais. Segundo Couto (1995), a adoção de posturas inadequadas na realização de determinadas funções, associadas a outros fatores de risco existentes no posto de trabalho, como sobrecarga imposta à coluna vertebral, vibrações e manutenção de uma postura por tempo prolongado constituem as maiores causas de afastamento do trabalho e de sofrimento humano.

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